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Foto do escritorCarmem Farage

O JOIO, O TRIGO E AS DUAS FACES DA MUDANÇA



É incontestável que estamos passando por um momento de grandes mudanças na Terra. O mundo se sacoleja e vemos as mudanças acontecerem numa velocidade que custamos a acompanhar, não é mesmo?

Se, por um lado, vemos um avanço tecnológico absurdo, notícias como as das experiências com os computadores quânticos que trazem o entrelaçamento quântico como uma realidade possível, ao mesmo tempo vemos irracionalidades absurdas como sociedades inteiras regadas de preconceitos; desordem moral e ética desrespeitosa a céu aberto.

São paradoxos incompreensíveis pelos quais passamos que custamos compreender as razões pelas quais, ao mesmo tempo que se lida com o teletransporte de átomos, questiona-se se a Terra é mesmo redonda, ou outros absurdos que já deveriam não mais existir desde a idade média.

Este contexto tão inusitado precisa ser compreendido por nós, para que possamos dormir em paz e aguardar o fim de uma era que, por um lado permite liberdade às pessoas: elas podem se expressar à vontade, são livres, podem ser indivíduos únicos que fazem escolhas próprias e por outro, a extrema violência cerceando a vontade individual.

Ao mesmo tempo que podemos nos comunicar instantaneamente com o mundo todo, retirando a distância do nosso dia-a-dia, usamos a mesma conquista para propagar impropérios uns contra os outros e arruinar tudo num simples clique.

Afinal, o que está acontecendo? Podemos arriscar alguma explicação?

Creio que sim. Tenho feito algumas reflexões e considerações que gostaria de dividir com vocês aqui.

Em primeiro lugar eu gostaria de dizer que penso que está tudo certo no mundo. (Está tudo errado, mas está tudo certo...). Pois bem, vamos pensar!

Podemos observar ao longo da história que mudamos por ensaio e erro. O mundo vem mudando porque erramos, sofremos as consequências e aprendemos um pouco mais para não errarmos da próxima vez.

E assim, progressivamente a gente tem sido capaz de criar muitas coisas que facilitam a vida ao longo dos tempos.

Sei que há um mistério inalcançável a respeito de quem somos nós e o que estamos fazendo no planeta. Porque estamos aqui e qual o objetivo, ainda não podemos saber realmente.

Podemos levantar hipóteses, podemos vislumbrar saídas pelas descobertas da física quântica que se encaixa, misteriosamente, com ensinamentos de mestres da antiguidade, mas não temos ainda alcance para realmente compreender.

E mais: mesmo tendo pessoas, como você e eu que se interessam em pensar sobre tudo isso, a grande massa não pensa nisso. Simplesmente vive, sendo levada pelo fluxo inevitável.

Quero aqui, ter um cuidado imenso de não resvalar para conceitos religiosos. Não que eu tenha algo contra qualquer religião. Porém, meu desejo neste momento é o de fazer uma reflexão com os fatos que temos em mãos. Um raciocínio mais perto da lógica que da intuição. Se é que isso será possível. E minha lógica me mostra que as pessoas tendem a se separar e a mostrar quem elas realmente são. São momentos de extrema individualização. E é na liberdade que enxergamos quem é quem.

As grandes descobertas do século XX fizeram com que o ser humano pudesse se individualizar. Sim, pois antes disso, as pessoas faziam só o que tinha que ser feito, sem questionar. Elas estavam encaixadas num contexto social que as colocava na engrenagem necessária para que tudo funcionasse e ponto final. Nossos antepassados nasciam, cresciam, trabalhavam numa coisa só até o fim da vida, se casavam, tinham filhos e geralmente não saíam da cidade em que nasciam. E os filhos “herdavam” as habilidades dos pais num contínuo necessário e simples. Porém, o íntimo delas, não podia ser exposto. Portanto, não sabía-se, de fato, do que uma pessoa era capaz.

As grandes descobertas do século XX abriram possibilidades de grandes mudanças também neste nível individual, possibilitando o filho dizer ao pai que gostaria de tentar a vida de outra forma. Da filha dizer que queria estudar. O homem querer resolver sua angústia existencial...

E assim, abriu-se as portas às mudanças de paradigmas existenciais em progressão geométrica. Mas ao mesmo tempo, pudemos ver a podridão humana que era varrida para debaixo do tapete através das regras rígidas.

Quando a física resolveu verificar como funcionava o mundo micro e viu estupefata que as leis da ciência clássica simplesmente não encaixavam, que o universo era feito de energia em vibração e que esta energia em vibração é que criava os corpos, pudemos parar para pensar no significado filosófico de sermos responsáveis por parte da criação. Pudemos compreender que nossos sentimentos e desejos são capazes de criar. Então escancarou-se as possibilidades de individualidade, liberdade, transcendência.

Mas, por outro lado, a grande massa, a maioria que vai no fluxo sem pensar, não é capaz de se responsabilizar por seus atos embora tenha ganhado liberdade individual. E o que acontece quando se tem liberdade e não se responsabiliza por ela? Vai sem pensar. A pessoa atua. Ou seja, são impelidos pelo inconsciente a manifestar os desejos mais primitivos e tentar realizá-los. E isso, simplesmente isso, gera o caos social. As pessoas comuns têm acesso a todo o desenvolvimento transcendente descoberto por poucos, mas não está preparada para lidar com isso. Lidar com o desejo sem estar preparado para isso, exacerba o egoísmo natural que habita o indivíduo. Pois se se quer o que é conveniente a qualquer custo, quebra-se as regras da convivência social afim de conquistar “o lugar ao sol”.

Então vemos as pessoas como baratas tontas, tentando conquistar seu lugar ao sol numa sinfonia desafinada e caótica.

A meu ver, é uma questão de tempo até que todos, batendo cabeça uns com os outros, encontre o equilíbrio necessário para que o mundo se transforme. Creio que podemos esperar que cada um encontre seu lugar e que a sinfonia vá se tornando aos poucos, possível de ser executada. E ém, de fato maravilhoso poder perceber que por trás do caos, os indivíduos estão tendo a grande oportunidade de transcendência.

Por isso eu disse que acredito que está tudo certo no mundo. Pois, se nosso livre arbítrio nos permite errar para aprender, este caos que estamos vivendo tende a se transformar e nos trazer um mundo melhor. Através da liberdade de mostrar tudo, tudo mesmo, vamos finalmente aprender.

Enquanto a coisa toda não se alinha, devemos procurar fazer parte da sinfonia caótica. Acreditando que nada é aleatório, nada é por acaso, vamos cuidando de nossas próprias emoções para que mudando dentro, ajudemos a mudar o mundo.


Carmem Farage é Psicóloga, Psicanalista, especialista em Regressão de Memória e Apometria Clínica, Médica Chinesa, Mestra de Reiki Usui Tibetano, Fundadora do Instituto Lumni e Criadora da Terapia Lumni que leva o indivíduo a entrar em contato com seus universos internos e externos, proporcionando conhecimento de si numa jornada de transformação impactante.

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