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Foto do escritorCarmem Farage

Sociedade gasosa - Adeus sociedade mecanicista


O que vai ser de nós agora? E’ o que todos, de ponta a ponta estão se perguntando. Independentemente de posturas diversas, otimistas ou pessimistas, estamos congelados no: e agora?

Vemos atônitos que nada retornará ao que era antes, impossível. Tenho dito que certos hábitos que temos adquirido são o novo cinto de segurança, so' que em proporções épicas.

A pandemia, por nos colocar em risco iminente e invisível, nos coloca diante do caos interno e externo.

Devemos perceber o quanto nossa sociedade tem vivido de forma equivocada.

Mesmo eu tendo um pensamento de que não existe o certo e o errado, não há como não perceber que tomamos caminhos que, num primeiro momento nos parecem corretos, e ao longo do tempo, com nosso natural amadurecimento e experiência, nos deparamos com o equívoco gerando uma necessidade suprema de mudança.

Quem me conhece sabe que a palavra que que dito e praticado mais há anos é mudança.

As mudanças que vinham sendo proferidas por mim, esticavam-se preguiçosamente no tempo e pensávamos: posso ir fazendo minhas mudanças com calma, um passo de cada vez…

Aí veio o vírus...E nos obriga a parar. Tipo: a ponte caiu. Não tem como dar marcha a ré. E agora? Qual caminho tomar para continuarmos vivos, produtivos e criativos?

Baseada nesta premissa, quero apresentar uma reflexão para enxergarmos melhor o caminho que, creiam, já este à nossa frente, mas ainda não estamos conseguindo enxergar porque além de muito novo, é insólito, inusitado, estranho. Somos os novos índios que não enxergam as naus no horizonte. So' podemos enxergar o novo , o nunca visto, se alguém nos apontar e disser: veja, são caminhos novos. E tudo vai se clareando na nossa frente e eis que surge o caminho.

A nova sociedade não mais poderá se sustentar nas bases em que se sustenta. Teremos que mudar de paradigmas se quisermos sobreviver. Nossa mobilidade física está comprometida, os modelos de consumo gravemente afetados, e as relações políticas, emocionais e afetivas em absoluto caos.

Todos os nossos padrões de comportamento estão calcados na sociedade que se formou pòs século XVII, quando a ciência cartesiana, newtoniana, veio nos salvar do obscurantismo da idade média.

A ciência que mede e prova veio com uma força gigantesca e organizou a vida em sociedade e inaugurou o individualismo.

Antes disso, éramos parte de um sistema perverso que excluía nossas necessidades individuais.

Se por um lado, as certezas advindas das maravilhas do mundo moderno nos trouxeram segurança e uma nova visão do mundo,por outro, afastou tudo o que se refere à consciência humana e o espiritual ficou cheirando a magia negra, defuntos, e mortos-vivos que a ciência teria como missão, exterminar.

O mecanicismo abriu um abismo intransponível entre os seres humanos e o mundo físico.

O mecanicismo é o pai do absoluto e do imutável. O mecanicismo estimula um modelo de relações baseados no confronto e no conflito: ou isso ou aquilo. Um parte contra a outra.

E’ em função das ideias da física mecanicista que se propõe um culto exagerado ao especialista: como se pudéssemos ser compreendidos em partes , ou por partes. Enfim, o mecanicismo estimula o ponto de vista único: Uma afirmação é necessariamente verdadeira ou falsa. Não há espaço para a flexibilidade.

Chegou a hora da grande mudança de paradigmas. Os sistemas políticos se desmantelam aos nossos olhos. A relação com a natureza atingiu um ponto de urgência global.

Devemos agora dar ênfase à unidade, à integração, à uma nova política e a uma nova espiritualidade.

Aprender a compartilhar, pensar na sociedade como um todo, observando que somos parte de um universo em evolução e que nosso livre arbítrio tem limites, senão vira escravidão de si mesmo, será fundamental para construirmos um novo modelo calcado em paradigmas da nova ciência quântica, e ainda assim, dialogar com a ciência cartesiana e flexibilizar a construção de leis morais e espirituais de modo a espelhar, estender e desenvolver - e não contradizer. Adequar e não contrapor - para criar uma filosofia de vida inteiramente nova, uma metafísica quântica, esta que nos mostra que tempo e espaço são relativos, que a matéria não é sólida como parece aos nossos olhos e que tudo é dinâmico e mutável.

E, se neste momento histórico, não abrirmos os ouvidos às novas falas, poderemos não sobreviver..



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